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O Panteão Leniano

O Panteão Leniano

 

O homem estava ali parado naquela sala há muito tempo. Sua frieza se mostrava clara com a despreocupação para com o cadáver de uma bela moça ao seu lado, banhada em sangue. A garota estava toda dilacerada, e parecia ter ocorrido há muito pouco tempo. O homem não parecia estar se importanto com o fato, e trajando suas roupas vagabundas, agora rubras de sangue, esperava o julgamento pelo assassinato de Izidora Ruffmar, nobre da alta sociedade de Tildar. Ele mesmo carregou o corpo até o tribunal, e ele mesmo entrou por mera vontade ali. Se buscava punição por arrependimento, seu olhar seco não o demonstrava.

 Os guardas dali se perguntavam o por que de tamanha insanidade, e mantinham as armas empunhadas em volta do homem.

 Tempo depois, um homem surge por entre uma das portas, trajando roupas formais. Sua longa barba branca indicava o tempo de experiência obtido em vida, e seu rosto com claras expressões de indignação, mostrava ao assassino que ele não via uma atrocidade assim há tempos. Com uma voz rouca, perguntou calmamente ao assassino:

- Qual seu nome? Que algazarra é esta aqui em meu tribunal? - o homem se apresentava com o símbolo de Calistro, Deus da justiça, num cordão de ouro.

- Não, me reconhece Senhor Sproud? o famoso assassino de Dñlinvorsh, a qual tantos queriam prender? - A voz do homem se mostrava firme perante o juiz.

- Pelos Deuses...então deve haver razão grande para estar aqui! Prenda-o agora guardas!

 O tribunal quase vazio ficou movimentado com os guardas partindo para cima do assassino tão famoso em diversas áreas de Lenia. Mas com pouco esforço, acabar com os guardas não foi nada para ele.

 O juiz, orando aos Deuses pela sua própria vida, estremecia enquanto o famoso bandido caminhava lentamente em sua direção.

- Se reconhece que sei teu nome, é porque já sabe que estou aqui para te pegar também, não? Senhor Sproud! - a risada maléfica do assassino fazia o juiz reconhecer que estava perto de seu fim.

- Diga-me o que queres aqui... - agora o juiz já tinha a voz fraca.

- É impressionante como toda a confiança de vocês vão embora quando sabem que a morte está para chegar, não é mesmo? Pense um pouco comigo senhor Sproud. Quando um lobo é caçado, o que ele faz? Atacar para se defender seria a resposta mais óbvia, ou então fugir para preservar sua vida. Mas o que eu quero aqui, é fazer o caçador esquecer o local onde os lobos caçam, assim evito a morte de minha alcatéia, correto?

- Não lhe compreendo, deixe-me em paz! Seguidor maldito da selvageria! - Agora suas mãos se recolhiam em punho firme, para uma tentativa ineficaz de defender-se.

- Pois é...sabe...os Deuses andam muito movimentados lá em cima. Não é nada pessoal...apenas estou seguindo ordens. Agora pare de bate papo, e me entregue a chave.

- Que história é essa? Você está completamente louco!

- Que pena meu senhor...não deve ter ouvido falar de como arranco as informações das minhas vítimas. Após perder alguns órgãos, me servirá de alimento. Posso não ser um Deus, mas meu Deus age em mim - sorria friamente enquanto dilacerava o juiz com suas garras.

Com o sangue do juiz ingerido, agora tinha algumas informações necessárias para achar o presidiário que procurava. O único que poderia trazer seu antigo líder dos círculos do inferno. Com uma pequena aliança entre um seguidor de Dñlinvorsh e um devoto do Deus da morte, Epstor, alcançar seus objetivos seria muito mais fácil depois de brincar com o nome dos Deuses.